terça-feira, 20 de agosto de 2013

Street Captions

No conturbado trânsito diário, aquele que nos distancia do prazer que existe em conduzir um automóvel, podemos ser agraciados com imagens que para muitos podem passar desapercebidas mas que para entusiastas contribuem com felizes lembranças ou pensamentos.

 
Que tal um Opala Coupé Super Verde pela manhã?

 
E um Dodge Dart dos bombeiros à tarde?

 
Um Chrysler Esplanada no meio da multidão.

 
Até na "chaga paulista" chamada Controlar, me deparo com esta belezura...Já as sumidades da inspeção automotiva estão em volta do carro, acreditem, aprendendo como se opera o DCT, uma vez que não conseguiram movimentar o automóvel sem a intervenção do proprietário (segundos antes, o mesmo saíra a pedido do técnico).

 
Imagem que fala por si, sem necessidade de perguntar nada, pela cômoda desenvoltura que aquela senhora desempenhava ao conduzir o conservado Dart Coupé, automaticamente se revelavam as décadas de parceria.

 
Após um dia de trabalho comum, na volta pra casa, um ronco inconfundível se ouve a distância, num piscar de olhos um vulto cinza lhe cruza a frente...seria mesmo o que penso? Me apresso, embora sem muita esperança de alcançá-la, o semáforo seguinte trabalha a meu favor. Sim, é uma rara Sport Classic, puro deleite.


domingo, 18 de agosto de 2013

Blessed America

Nunca estive tão magnetizado por carros americanos quanto hoje, vão-se os dias dos pony and muscle cars de formas sedutoras e cubic inches arrebatadoras mas que não serviam para nada em confronto direto com os europeus, principalmente quando a eficiência dinâmica era posta em jogo. A palavra handling, algo como "dirigibilidade", era desconhecida pelos desejáveis Mustang, Cuda, Torino, Gto, Camaro, Javelin, Challenger, Firebird, Road Runner, dentre tantos outros. Embora se lamentasse que a incrível sensação de torque que esses carros produziam (muitas vezes equipados com "big blocks")não pudesse ser associada a um equilíbrio de condução adequado, ainda sim uma legião de fanáticos surgia em prol desses veículos que foram praticamente dizimados pelas 2 crises do petróleo.
Mesmo o Chevrolet Corvette, carro de outra categoria, tido e havido como o legítimo esportivo americano, carregava consigo algumas das características relatadas.

Hoje, num mundo onde o carro esportivo persegue a perfeição ao mesmo tempo em que lei de emissões lhe perseguem os calcanhares, muito se avançou, excelentes motorizações híbridas apontam na vanguarda tecnológica, os motores turbo de baixa inércia, que vem demonstrando maravilhas e de relativa baixa capacidade cúbica são o melhor exemplo de avanço que muitas montadoras vem conseguindo já há algum tempo. Quando se trata de esportividade, muitas vezes a palavra eficiência toma tal ênfase que parece suplantar qualquer outra necessidade de prazer ao volante, haja vista que parafernálias eletrônicas comandam os carros mais e mais para que não "desgrudem" de seus trilhos, caixas de câmbio atreladas a sistemas de dupla embreagem façam as mudanças de maneira cada vez mais robótica, punta tacos inteligentes, freios que parariam um trem sem a necessidade de modularidade, sem contar uma tal de "conectividade" que vem cada vez entrando mais na vida do automóvel, fazendo os mais atentos se perguntarem se não estaria o foco principal da coisa a se esvair por completo.

Nessa trilha, estão as magníficas máquinas esportivas européias que como sempre, ditam moda e tendência, as mesmas que em determinados casos, sequer oferecem um câmbio mecânico como item opcional  e aliadas a outros implementos, filtram em demasia a atuação homem-máquina, há de se notar que o velho e bom ato de realmente pilotar um automóvel, praticamente não existe como antes.
Em detrimento da chamada eficiência, abandonou-se um caminho que também poderia ser evolutivo, aquele onde um automóvel esportivo encontra a excelência dinâmica unindo as técnicas modernas de desenvolvimento de suspensões e chassis, motores e até uma boa porção de eletrônica, sem porém ceifar a possibilidade do condutor realmente conduzir, pilotar e porque não "brigar" com o automóvel, sentindo-se finalmente parte integrante do conjunto.

América Abençoada! Pois mesmo após a recente crise que poderia ter acabado com qualquer esperença nesse sentido, surge com a melhor safra de automóveis esportivos de todos os tempos. Desde os herdeiros dos muscles até os esportivos de topo, que hoje se apresentam com toda a brutalidade mecânica como em sua concepção mas atrelados a modernos projetos de carrocerias e suspensões que os fazem benchmarks, e tudo isso sempre a preços acessíveis, muitas vezes inferiores a máquinas talvez um pouco mais refinadas mas que pouco se distanciam em termos dinâmicos.
No cume da lista, temos hoje um duelo fenomenal aonde os competidores demonstram toda a visceralidade de seus opulentos motores atrelados a precisão e prazer de condução inimagináveis. Talvez, um míssil alemão que troque marchas antes que o piloto pisque um olho ou mesmo decida fazê-lo, possa ser milesimalmente mais rápido que esses carros, mas jamais o fará com tamanha pureza, neste caso pureza que denota a diferença entre homens pilotos e meninos operadores de joystick.

Acompanhe a seguir, dois vídeos com a sequência do "duelo" entre Chevrolet Corvette ZR1 V8 6.2 litros, engenho denominado LS9, dotado de compressor volumétrico debitando 638 cv e Dodge Viper SRT V10 8.4 litros (maravilhosamente aspirados) e 640 cv, também disponível para o mercado na vesão "TA" de time attack, aonde mecanicamente não há mudanças mas sim um "setup" de pista que inclui pneus corsa de maior grip e alguns itens e ajustes de suspensão. Em ambos os casos excelentes caixas mecânicas de mudanças de 6 marchas e relações curtas são a cereja do bolo.