Acabo de sair da sessão desse clássico instantâneo, creio
que posso arriscar. Apesar de ter lido boas críticas à respeito, ainda assim me
surpreendi, com bom trabalho de pesquisa o filme trata a história
utilizando um bom repertório, seja automotivo, seja sobre o contexto dos
acontecimentos à época. Filmes americanos comerciais que se aventuram no
universo automobilístico muitas vezes pecam por falta de informação e detalhes,
este sem dúvida não é o caso. Houve licença poética para tratar passagens como
as tratativas de venda da Ferrari para a Fiat como tendo acontecido ao mesmo
tempo em que recebiam a proposta de Henry Ford II, por exemplo. Apesar dessa e
algumas outras alegorias, tudo de importante inclusive tecnicamente, foi
tratado.
A atuação de Christian Bale como Ken Miles é deslumbrante, se
o filme já procura explorar a história pelo lado pessoal de quem a protagonizou,
Carroll Shelby e Ken Miles, o desempenho de Bale faz a balança pender ainda
mais para o seu lado. Desde o sotaque britânico até o estudo de trejeitos
pessoais, passando pelo grau de interação homem/máquina que transmite, fazem
desse papel um dos pontos altos da carreira do renomado ator. Se algum dia o
piloto não teve o reconhecimento que merecia, não será mais assim após esse
filme.
Com algumas cenas cuidadosamente desenvolvidas por
computação gráfica, as ambientações, carros e cenas de corrida são
impressionantes. A fotografia do filme como um todo é muito bem cuidada, uma
cena no entanto ficará registrada na memória como símbolo do sonho e obstinação
de um piloto: