segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Fatos Marcantes de 2012 - Autoclásica - Tradición y Cultura Automovilística - parte 5


Fui me embrenhando pelos interstícios do evento, que por ser na Argentina não poderia deixar de ter seus representantes comerciais de memorabilia e autopeças de época.
Nisso, me deparo com uma grande surpresa. Bem, é notório o grau de desenvolvimento em que os argentinos atingiram realizando recriações automotivas usando o alumínio como matéria prima. São chamados assim, porque simplesmente não se tratam de simples réplicas, mas engenhos recriados com toda a minúcia, respeitando os padrões originais de maneira tão extrema que algumas vezes chega-se a um resultado superior avaliando a qualidade do produto final em comparação à sua matriz histórica.
Dentre as recriações mais executadas encontram-se as Mercedes, Bugatti, Jaguar, Ferrari e Alfa Romeo; principalmente as de competição, entre os anos 1930 e 1960.
Para materializar esse conceito, nada mais apropriado do que esta matéria:
http://www.youtube.com/watch?v=81Yik1G4tr8
Trata-se da Alfa Monza 1932 que Jay Leno encomendou para sua coleção à empresa Pur Sang da Argentina que vem já há algum tempo desenvolvendo esse trabalho e fazendo fama mundo afora.


Agora, imaginem a mesma Alfa Monza 1932 (ou quase, já que essa é na versão de pista), só que na escala 1:2. Não se trata de um brinquedo, embora possa ser utilizado como um, mas de um verdadeiro exercício de engenharia para reproduzir nos mínimos detalhes, formas e proporções esse ícone de Milão.
De maneira muito solícita e simpática o Sr. Marcelo Kaffman, idealizador e artesão do capolavoro, me contou que inicialmente executou o automóvel como realização pessoal, com o passar do tempo, foram tantas as abordagens que resolveu fundar a empresa Estación Alfa que aceita encomendas em volume limitado.


O motor do veículo é impulsionado por motor elétrico 12v, acoplado a um diferencial e a caixa de engrenagens com marcha à frente e outra à ré.

 
Dentre as principais características construtivas as mais impressionantes são:
 
- A carroceria foi inteiramente executada em alumínio;
- Como no projeto original, o chassi é convencional com eixos rígidos e molas semi elípticas;
- Possui dois amortecedores à frente e quatro atrás manufaturados com base na origem;
- Assim como o diferencial fundido em alumínio e com o mesmo formato do original;
- Freios à tambor de alumínio e acionados à varão que correm por dentro das pontas de eixo;
- O volante é de resina epoxi e perfaz o desenho da época;
- A fixação das rodas é feita por meio de cubos rápidos assim como na 1:1;
 




Fatos Marcantes de 2012 - Autoclásica - Tradición y Cultura Automovilística - parte 4


Muito interessante eram algumas alas aonde se reuniam peças de suma importância da indústria automobilística argentina, o principal destaque, a comemoração dos 60 anos das "Industrias Aeronauticas y Mecanicas del Estado". Seu maior expoente, o cupê Justicialista.



 
Havia também algumas Carreteras que foram ponto fundamental na história do esporte à motor do país.
 



Já de maneira pontual, encontravam-se aqueles que considero os "muscles argentinos", grandes ícones da indústria local na década de 1970, me refiro ao Ford Taunus e ao harmonioso IKA Torino.




Fatos Marcantes de 2012 - Autoclásica - Tradición y Cultura Automovilística - parte 3


Em contraposição à cultura eminentemente européia que domina o país, sempre existiram e com força, os admiradores das polegadas cúbicas. De certa forma, desde a remota história de uma Argentina rica, nos primórdios do automóvel e por conseguinte no florescimento de seu automobilismo que recebeu boa influência da mecânica americana.
Hoje, essa tendência aumenta, seja com a restauração e manutenção dos muscle clássicos, suas versões modernas ou ainda da customizição utilizando o melhor da modernidade em restauros de primeira linha, algo que ecoa mundo afora inclusive.








As Flechas de Prata realmente são um legado por lá, principalmente pela história do esporte à motor do país estar intrinsecamente ligado a elas. É comum se deparar com réplicas em liga de alumínio, em diversas escalas.


A fidelidade é impressionante e revelam peculiaridades da pilotagem dessas máquinas.


Alguns modelos em excepcional estado puderam ser contemplados.



Ao longe, uma SLC, pode não parecer tão interessante, até se descobrir que foi objeto de um verdadeiro exercício de restauro onde a meta a ser atingida era a de conseguir um carro exatamente como saído da linha de produção, as fotos explicam.


 
 


Fatos Marcantes de 2012 - Autoclásica - Tradición y Cultura Automovilística - parte 2


Imagine uma coleção temática, não monomarca, mas que apresente ícones de uma mesma época, encarroçadas por um mito do design e manufatura italiano. Algo que reúna por exemplo um dos mais belos Aston Martin, a deslumbrante 1900 SS de Portello, um raríssimo esportivo espanhol que procurou fazer frente as Ferrari e o santo graal dos colecionadores de Maserati. A coleção Carrozzeria Touring foi outro destaque deste ano no evento. Só esses 4 já fariam sozinhos uma exposição.


 

 
Outros pontos importantes a destacar: os excepcionais exemplares ingleses, na maioria Jaguar, MK, XK, E-Type e D-Type, obras de arte magníficas em mint condition,
 



 
 
 
Abaixo as belas máquinas italianas, a maioria em estado arrebatador.
 

 
Vai uma Stratos aí? Tive experiências com uma, era da Estrela e pesava uns 400 gramas.
 
 
Aurelia, a Lancia mais clássica desde sempre. Essência da marca pós guerra.
 

O Neoclássico da era dos Ralis.
 

O símbolo dos anos 70, Lancia Fulvia, Capolavoro de Piero Castagnero, com suas peculiaridades incluindo motor V4.

 
Embora em número tímido, as Alfas do clube local que lá estiveram, pouco se importaram com o "piso" encharcado.
 

Vuoi dire qualcosa? Sprint Speciale by Franco Scaglione.
 
 
Giulietta Spider 61, imaculada.
 

E para os mais discretos uma Sprint em tonalidade sóbria.
 

A 1900 SS em close, algo para o MoMA of NY pensar em adquirir.
 

 
A Fiat também em número pequeno mas bem representada.
 

E pensar que esse carro só existiu por causa da discussão entre dois turrões.
 
 
A Berlinetta Boxer  do estande do clube, algo sublime, linhas típicas do início dos 70 e uma arquitetura de motor que não retornaria, os 12 cilindros horizontais, contrapostos e com mais de 50% de sua massa à frente do eixo traseiro, a great rear mid engine.
 

Detalhes da F40 segunda série, american market.
 

Uma Ferrari 250 GTE 1961, na cor branca que parece realçar a elegância dessa carroceria, com boa dose de sutileza.
 

As Daytona, com toda sua opulência.
 

Particularmente, sempre achei as Dino Targa interessantes, note a exclusão das janelas traseiras e os detalhes ópticos que denunciam sua origem.
 

Por fim, as Ferraris modernas enfileiradas.