domingo, 8 de setembro de 2013

6 Horas de São Paulo

Já em sua segunda edição por aqui, tive o prazer de vivenciar em 01/09 o evento e seus aspectos de perto. Abaixo apenas da F1 em grau de importância no cenário do desporto automotivo de Interlagos, principalmente pela questão de nos aproximar com essa importante categoria que é o WEC da FIA, dentre outras coisas disputa as 24 Heures du Mans a mais icônica prova do globo.

Todo o marketing e esforços de Emerson Fittipaldi para a promoção do evento parecem ter surtido algum efeito já que estimou-se 40 mil espectadores  em 3 dias, quase o dobro do ano passado. Alguns problemas, da cidade e do autódromo, reforçam a idéia de "sorte" que um evento desses, assim como F1, sob o crivo da FIA, seja realizado por aqui. Afinal de contas, a logística da coisa é um tanto quanto confusa, o transporte público deixa a desejar, o entorno do autódromo é tal e qual o restante da metrópole, mal planejado viariamente, sujo e com passeios para circulação de pedestres de dar vergonha. Do lado de dentro, outros problemas de adaptação. Lá foi montado um circuito de atrações para todas as idades, incluindo parque de diversões para crianças e outros temas automotivos. A idéia foi boa mas o piso de cascalho e areia do árido estacionamento, mostra-se totalmente inadequado para a atividade proposta. 
Enfim, o grande contraste de um evento do cenário mundial com a velha idiossincrasia brasileira de tudo feito pela metade e sem o devido cuidado, principalmente no que tange ao poder público.

Já em pista, pudemos esquecer os percalços relatados e se concentrar nas máquinas. Aliás que máquinas! Sejam nas categorias LMP1, 2, LMGTE Pro ou Am. Logo depois da largada já notamos a incrível superioridade da LMP1 sobre todo o pelotão, o que gera muita dinâmica durante a corrida, com eles dando "volta em cima" nos demais competidores.
 
A Audi que já domina o cenário do endurance mundial há mais de uma década, teve em alguns anos alguma rivalidade com Peugeot e Toyota, esta que continua em seus calcanhares com o TS030 hybrid. Porém BUEMI, SARRAZIN e DAVIDSON não deram sorte, abandonando a prova após irem visitar uma barreira de pneus que demorou 1 hora para ser recomposta, tempo em que os carros tartarugaram em bandeira amarela. Com ou sem esse rival, é nítida a impressão que o fabuloso híbrido da Audi com um motor à diesel atrás e dois elétricos na frente (que em momentos de menos carga atuam sozinhos) além da tração nas quatro, está um passo à frente. Primeiramente pela sonoridade de avião à jato ou carro de autorama 1:1 que a princípio se camufla dentre os estrondosos berros dos motores à gasolina de grande parte do grupo, segundo pela demonstração dinâmica. Pode-se pensar que há perda de emoção diante dessa contenção sonora mas pouco à pouco o "som da tecnologia", precisão e a leveza que o carro transpira, vão conquistando de maneira a nos fazer presenciar um degrau tecnológico dentro da mesma prova. Não deu outra, André LOTTERER, Benoit TRÉLUYER e Marcel FÄSSLER no R18 e-tron quattro número 1 e Tom KRISTENSEN, Loïc DUVAL e Allan McNISH no número 2, alcançando o lugar mais alto do pódio nessa ordem. Só como ilustração, virando na casa de 1´21.2 contra 1´23.7 da Lola Toyota que chegou em terceiro com PROST, HEIDFELD e BECHE. Isso porque era nítida a "aliviada" que os "4 argolas" davam em alguns momentos da prova visando menor desgaste, fora alguns problemas com certa roda que o carro número 2 teve de lidar.
 
Houveram também os abandonos dos belos carros da Lotus e o show do numeroso pelotão intermediário LMP2, de diversas equipes mas com engenho Nissan em comum, fazendo a separação entre categorias. Os GTE travaram bonitas disputas, principalmente entre Aston Martin e Ferrari que acabou levando a melhor nas mãos de BRUNI e FISICHELLA, na melhor volta viraram 1´33.995, foram vencedores na categoria e 9o. na geral. A 458, se destacou também pelo incêndio no carro de VILANDER e KOBAYASHI, felizmente sem maiores danos e por proporcionar de maneira geral o melhor espetáculo sinfônico da turma. Não que a brutal sonoridade do Corvette do brasileiro REES ou os "guturais" Aston Martin também não fossem interessantes. Estes últimos não estiveram em seu melhor dia, demonstrando muita competitividade mas acabando em abandono para o carro 95 e o 99, pilotado por Bruno SENNA.



 

Nenhum comentário:

Postar um comentário