domingo, 22 de setembro de 2013

Rush of a Lifetime

 
Confesso que fui receoso para assistir ao filme "Rush" de Ron Howard. Primeiro porque sou de uma geração que viu poucas boas interpretações cinematográficas relativas ao tema "automóvel", o jeito foi sempre recorrer à referência de clássicos como Le Mans e Grand Prix. Exceto por alguns bons filmes aonde o automóvel tinha papel coadjuvante, na variante "automobilismo", a escassez é ainda maior. Em segundo lugar porque temos a pretensão de categorizar outros duelos da F1 das décadas de 1970 e 80 como mais importantes do que o ocorrido na temporada de 1976.
O fato no entanto é que inegavelmente, adicionado pelo drama vivido pelo piloto Niki Lauda após seu acidente, bem como sua surreal recuperação, permitiram uma disputa de pontos pelo campeonato até a última prova de forma eletrizante.
O filme leva a sério alguns fatores além das interpretações, que são muito boas. Com uma fotografia muito bem cuidada, cenários e figurinos idem, existem intervenções virtuais para refazer alguns cenários, incluindo a reta dos boxes de Interlagos da década de 70. Um critério digno de nota, que deveria ser seguido por muitos, é a fidelidade dos diálogos nas línguas em que os fatos realmente ocorreram. No cenário "mundial" em que a F1 ocorre não poderia ser diferente, além do inglês se escuta italiano e principalmente alemão, em alguns diálogos de Niki.
Houve muito cuidado também em termos de conhecimento técnico, onde em outros filmes ocorrem deslizes. Algumas críticas apenas para uma certa desatenção sobre outros nomes de peso que disputavam a temporada e que passam desapercebidos como Jody Scheckter, Jacques Laffite e Ronnie Peterson. Como coadjuvante participativo, apenas Clay Regazzoni, já nomes como Andretti, Reutmann, Fittipaldi, Ickx e Mass são brevemente citados. Fora isso, há uma passagem onde em reunião extraordinária precedente ao GP da Alemanha daquele ano, aparecem no briefing o grupo de pilotos, na cena, arriscamos palpites de "quem é quem".
Uma menção obrigatória que foi esquecida é à Arturo Merzario, principal protagonista entre outros 3 pilotos que retiraram Lauda das chamas do Gp alemão.
De uma forma geral, deixa a mensagem de obstinação de Niki Lauda como elemento mais forte. Não considero equívoco inserir a película no grupo das 10 melhores de todos os tempos, sobre o tema automóvel.



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